segunda-feira, 19 de maio de 2008

Rio Antuã, onde estás?


Porque li esta notícia relembrei os tempos que passámos juntos quando corrias livremente, cercado pelas árvores que escolhias para fazerem as melhores sombras para o teu leito. De bateira percorri-te vezes sem conta, para cima e para baixo, da Canhota até à Turbina onde mostravas toda a tua pujança.Daí para cima já não era fácil navegar-te.Então havia que ladear-te até à Ilha dos Amores, e perceber porque estava ali uma ilha em rio tão pequeno. Por seres tão pequeno, dominaram-te e tornaram-te uma coisa amorfa e sem graça. Fico triste ao olhar-te,procurei-te sempre e davas-me o que eu queria sem nada pedires. Vivemos juntos e cresci olhando-te de todos os lados. Hoje corres e não pulsas, pareces sem vida e então brincam contigo ou em ti, talvez por te verem tão despojado.Dói-me também ver-te usado em nome de qualquer coisa que não me diz nada e que pouco te respeita. Renasce se puderes, velho amigo!

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