no fighting between man and man!

a morte parece não atingir os combatentes. parecem estar bem protegidos ou misturam-se covardemente entre os inocentes. criminosamente fazem-nos acreditar que não existem alternativas. criteriosamente abatem inocentes e com frieza invocam inquéritos para apurar responsabilidades. recebemos palavras/imagens e continuamos. nada podemos fazer. sentirmo-nos incomodados é muito pouco, vale zero. indignarmo-nos vale a mesma coisa. horas depois as palavras/imagens já estão noutro lado, a morte chegou entretanto e abraçou mais inocentes.

AX 11TRE !!!

sim, ele esteve na ala da morte e com data marcada para a execução! conhecer um carro assim não é uma experiência qualquer. o seu carisma redobrou e ele, feliz por rodar de novo, faz o impossível para demonstrar que ainda ali está para as curvas. rápido, é em percursos curtos que faz valer toda a sua garra. com personalidade mantém uma marcha conveniente em distâncias mais longas e diplomaticamente concorda, que as distâncias mesmo longas são para recordar como façanhas de um passado repleto de glória! companheiro, relembra que apenas quebrou quando era inevitável e que não merecia, em resultado de um golpe brutal e traiçoeiro, ser abatido por uma máquina fria e assassina! não falámos de aumentos, mas também não tenciono congelar-lhe a carreira, que já mais perto do fim merece noites descansadas, sonhos com boas estradas, livres de pesadelos com reboques fantasmagóricos!

quente de áfrica

ali farka toure / bandalabourou. porque me ligo a estes sons? sons de vida e morte. lembro lugares, pessoas, cheiros. intensos, espremem memórias e trazem o que julgava esquecido. lavadores no rio banco à saída de abidjan. às centenas misturam-se na água e são a maior lavandaria ao ar livre que alguma vez vi. os fanico escondem dramas e trabalham duramente aceitando como uma inevitabilidade, ser a parte mais baixa duma estrutura social implacável. quem pode paga, em troca a roupa é lavada e os dias são todos assim.

Um pouco de magia!

Não foi por acaso que Portugal ganhou à Holanda e à Inglaterra. Historicamente estávamos sossegados, não podíamos perder pois todos nós repetimos os rituais que em outras ocasiões deram frutos bem saborosos. Foi a camisola, o ver sózinho, o cachecol sem lavar, as figas, o café do Toino e até manobras mais obscuras, pactos sei lá com quem, sem esquecer milhões de promessas de ir a Fátima a pé! Perante tal aparato o que podiam fazer os pobres dos holandeses e ingleses! Resistir até cair mas resignarem-se pois não lutaram apenas contra onze ou até menos, tiveram de pelejar contra todos nós que na altura certa, desviámos bolas, cortámos jogadas, rasteirámos, berrámos enfim, fizémo-los tremer e cair aos poucos!
Mas agora como vai ser contra a França, que já nos lixou tantas vezes? O que mudar, pois está visto que se fizermos as mesmas coisas vamos de vela sem dó nem piedade? Não me está a apetecer ficar com aquele nó na garganta, não quero vê-los chorar outra vez e chorar também por não ter feito tudo ou por ter ido à cozinha na altura de um falhanço estúpido (eu sei que ninguém vai à cozinha durante um jogo destes, mas pode começar a cheirar a queimado, sei lá!).
Acredito que cada um de nós tem de mudar de estratégia para um jogo destes, um jogo que tão cedo não se vai repetir (daqui a quarenta anos será tarde para mim!) . Não vale a pena repetir o que fizémos com os outros, os franceses já lá estiveram, já sabem o que fazer! Pensemos bem o jogo, cuidado com as transições, pautemos quando for preciso, atenção nas bolas paradas, cruzamentos ao segundo poste e cantos, evitar as faltas para livres dos franciús e se for preciso fazer umas faltas utéis e arrancar amarelos ou até vermelhos. Acima de tudo temos de pensar que o que fizémos até aqui não chega para eles. Eles precisam do mesmo mas em triplicado! Então quem vestiu uma camisola tem de vestir três, quem viu sózinho tem de fazer o mesmo mas mais longe, quem tinha o cachecol sem lavar tem de o pôr a cheirar pior ainda, quem fez figas tem de fazer trigas, os do café do Toino, francamente, não sei o que poderão fazer mas os pactos e as promessas vai ser o mais fácil. Vai ser suficiente?

vamos para não chegar atrasados!

vamos lá! o dia é muito importante para ti, simão. não podes perdê-lo! vive-o bem pois ele vai ser intenso e procura guardá-lo muito bem para te lembrares para sempre. observa e toca tudo o que desejares e guarda também os cheiros fortes. vais ver o mar e perceber o seu poder e eu não vou estar contigo para te explicar! vê tudo para logo me contares!